Transpetro quer retomar construção de 2 navios remanescentes do Promef

Empresa mantém conversas com BNDES para encontrar solução. Presidente da empresa reconhece complexidade pelo tempo em que obras foram paralisadas

Transpetro quer retomar construção de 2 navios remanescentes do Promef

O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, falou da intenção da empresa de retomar a construção dos petroleiros Irmã Dulce e Zélia Gattai, do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), que foram transferidos do estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), para o Estaleiro Ilha S/A (Eisa), no Rio de Janeiro. Ele contou, na quinta-feira (18) que a empresa estuda uma solução junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), agente financeiro dos projetos, para a conclusão das embarcações.

Os navios, ambos com mais de 80% de conclusão, ficaram em litígio por conta de inadimplência junto ao banco de fomento, repassador dos recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM). Os ativos integram garantias de contratos de financiamento que foram firmados para construção desses meios navais. A consolidação de embarcações pelo agente financeiro em decorrência de inadimplemento depende de ritos internos e externos (judiciais

Bacci detalhou que o navio Irmã Dulce, que sofreu alagamento da praça de máquinas em 2020 (/noticias/ind-naval-e-offshore/navio-tanque-inacabado-do-promef-sofre-alagamentono-rj), teve perda do motor e precisará passar por uma substituição complicada deste equipamento. “Estamos conversando com o BNDES. Não é um negócio simples, envolve custos (...). Não é fácil, mas estamos trabalhando para isso”, comentou durante o evento ‘Fortalecimento da indústria naval nacional e o setor energético offshore’, promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), no Rio de Janeiro.

Em dezembro passado, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval Brasileira recomendou, em seu relatório das atividades realizadas em 2023, o diálogo de agentes setoriais junto ao BNDES, a fim de articular um plano para recuperação dos dois navios remanescentes do Promef (/noticias/ind-naval-e-offshore/frente-sugere-plano-pararecuperacao-de-2-petroleiros-do-promef).

O petroleiro Irmã Dulce, segundo de uma série de quatro petroleiros classe Panamax, chegou a ser considerado com 95% de obras concluídas. Pelo escopo inicial, a embarcação teria 72.900 toneladas de porte bruto, 228 metros de comprimento, 40m de boca, 12m de calado e 48,3m de altura. A estrutura foi projetada para atingir até 15 nós de velocidade, com capacidade para transportar 90,2 milhões de litros.

O Zélia Gattai, lançado em 2015, é o terceiro dessa mesma série, cujos navios foram batizados em homenagem a mulheres marcantes para a história e a cultura brasileiras. De acordo com o relatório, o navio tem dimensões e capacidade similares ao Irmã Dulce e chegou a atingir 89% das obras concluídas.

Por: (LCN) Luís Celso News

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