Marinha promove quatro médicas ao círculo mais alto da hierarquia militar naval
Indicação simultânea de mulheres a Almirante é inédita e reforça pioneirismo da Força

Quatro médicas tiveram seus nomes indicados de uma só vez para ocupar o mais alto círculo hierárquico da Marinha do Brasil. A lista foi escolhida durante a reunião do Almirantado, que aconteceu na quarta-feira (26), na sede do Comando em Brasília (DF). O documento será apresentado ao Ministro da Defesa e posteriormente encaminhado para aprovação do Presidente da República. Com a promoção, prevista para 31 de março, sobe para sete o número de mulheres a conquistarem tal posição dentro da Força Naval.
A médica geriatra Gisele Mendes de Souza e Mello foi indicada à promoção post mortem, em reconhecimento à sua trajetória profissional. A Capitão de Mar e Guerra era Superintendente de Saúde do Hospital Naval Marcílio Dias e participava de uma cerimônia de formatura na Escola de Saúde da Marinha no ano passado, quando foi atingida por um projétil de arma de fogo que partiu do complexo de comunidades do Lins de Vasconcelos durante operação policial. A Oficial não resistiu ao ferimento, vindo a óbito horas depois.
Além de Gisele, foram indicadas ao posto de Contra-Almirante as Capitães de Mar e Guerra (Md) Daniella Leitão Mendes, atual Vice-Diretora da Diretoria de Saúde da Marinha, Mônica Medeiros Luna, Vice-Diretora do Centro de Perícias Médicas da Marinha, e Claudia Regina Amaral da Silva Fiorot, Diretora da Unidade Integrada de Saúde Mental da Marinha até janeiro deste ano. Elas se somarão à Contra-Almirante (Md) Maria Cecília Conceição, promovida em 2023, no posto de Oficial General no serviço ativo da MB.
Em 29 anos de profissão, a Capitão de Mar e Guerra (Md) Daniella já atuou na Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador, no Centro de Instrução Almirante Alexandrino, no Hospital Naval Marcílio Dias e na Escola de Saúde da Marinha. “Foi uma surpresa muito boa e uma alegria imensa chegar a Oficial General”, conta a futura Contra-Almirante, que recomenda a carreira aos colegas de medicina. “A atuação nas Forças Armadas é uma oportunidade única de ampliar os horizontes profissionais e pessoais, vivenciando experiências singulares nas áreas assistencial, médico-pericial e, notadamente, operativa.” “É um sentimento de realização, orgulho e agradecimento pelo reconhecimento das autoridades da Marinha do Brasil”, resumiu a Capitão de Mar e Guerra (Md) Mônica Luna sobre a emoção de ver seu nome na lista de indicados, coroando 28 anos de serviço. A Oficial foi a primeira mulher a dirigir o Hospital Naval de Belém, desafio assumido em meio à pandemia mundial, e tem uma carreira marcada pela versatilidade, com passagens pela Base de Submarinos, pelo Hospital Naval Marcílio Dias e pela Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia.
Capitão de Mar e Guerra (Médica) Mônica Luna tem carreira marcada pela versatilidade - Photo: Marinha do Brasil
Representatividade feminina
A trajetória das mulheres na Marinha começou em 1980, com a criação do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha. Até hoje, três militares haviam alcançado o generalato. Em 2012, a Contra-Almirante do Quadro de Médicos (Md) Dalva Maria Carvalho Mendes foi a primeira Oficial-General do País. Em sua esteira, vieram a Contra-Almirante do Corpo de Engenheiros Navais Luciana Mascarenhas da Costa Marroni, em 2018, e a Contra-Almirante (Md) Maria Cecilia Barbosa da Silva Conceição, em 2023.
Essa jornada marcada pelo pioneirismo vem ganhando novos capítulos. Nos últimos anos, as mulheres têm sido treinadas pelas escolas e centros de instrução para assumir um novo papel no teatro de guerra naval, desempenhando funções operativas a bordo dos navios, aeronaves e viaturas anfíbias (que se deslocam tanto no mar quanto na terra). Desde o ano passado, a defesa do Brasil conta com o reforço das primeiras militares Soldados Fuzileiros Navais, única carreira da Marinha que ainda não contava com mulheres em suas fileiras até então.
Ao longo desses anos, elas foram conquistando cada vez mais posições de direção e comando, como no Destacamento do Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade e na Estação Antártica Comandante Ferraz. Também houve a participação feminina na Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano e na Missão de Paz das Nações Unidas na República Centro-Africana, que resultou no prêmio, por dois anos consecutivos, de Defensora Militar da Igualdade de Gênero da Organização das Nações Unidas.
Fonte: Agência Marinha de Notícias
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Por: Luís Celso News
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