Alta demanda do e-commerce gera escassez de espaço e pressiona valores do frete aéreo internacional
O boom do e-commerce mundial, impulsionado por gigantes como Amazon, Mercado Livre e Alibaba, está gerando um impacto significativo no cenário do transporte aéreo de cargas e criando tanto oportunidades quanto desafios para empresas e operadores logísticos. Um dos principais efeitos dessa explosão do e-commerce é o aumento exponencial da demanda por frete aéreo, especialmente nas rotas que têm origem na China e Sudeste Asiático.
“Esse crescimento desenfreado está levando a uma escassez de espaço em voos regulares, resultando em picos nas tarifas e prazos de entrega mais longos”, pontuam René Genofre, diretor de Departamento Aéreo do Grupo Allog, e Bruna Rossi, gerente de produto aéreo da companhia, fundada em Itajaí (SC).
O cenário tende a se intensificar no último trimestre de 2024, com a capacidade de aeronaves widebody e de longo alcance ainda mais escassa para atender a alta temporada de consumo do final de ano. “Esse aperto já é sentido desde o início do ano, com empresas de e-commerce reservando aeronaves maiores, como 777F, 747F e A330F, para garantir o transporte de seus produtos”, enfatizam.
Impactos em diferentes rotas
As consequências da escassez de espaço se estendem a diferentes rotas, com destaque para o sentido Transpacífico (China-EUA) e, em menor escala, China-Europa. Como ambos os trechos são utilizados para o transporte de produtos para a AL, os efeitos negativos também são sentidos por aqui.
Além da escassez de espaço, o aumento da demanda por frete aéreo impacta diretamente nos preços. As empresas que buscam as tarifas mais baixas têm enfrentado um grande desafio para movimentar suas cargas.
As companhias aéreas, por sua vez, estão aproveitando essa alta demanda para reservar capacidade em aviões cargueiros com antecedência e liberar esse espaço a valores mais altos, conhecidos como "premium". Somente na semana de 10 a 16 de junho, p.ex, foi registrado aumento de 24% nas tarifas de rotas entre Ásia e EUA.
Fonte: Revista Portuária
Por: (LCN) Luís Celso News
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