Esgotamento profissional: problema exige corporações mais organizadas e líderes qualificados       

*Por Samantha Salese

Esgotamento profissional: problema exige corporações mais organizadas e líderes qualificados       
Photo: Samantha Salese é Diretora de Gente e Gestão na Propay, uma das principais empresas de produtos, serviços e tecnologias do Brasil com foco em RH.

O trabalho assume um papel importante na vida das pessoas, já que a maioria passa grande parte das horas da semana se dedicando às suas atividades. Além disso, trabalhar envolve diversos desafios, e por isso a execução das tarefas precisa fluir da melhor forma, o que nem sempre acontece. Cada vez mais, vemos casos de profissionais sobrecarregados e com problemas de saúde mental relacionados ao estresse, o que é um problema social sério e que exige mudanças no mercado de trabalho. 

De acordo com dados de 2023 do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), os afastamentos de trabalho por burnout aumentaram quase 1000% em uma década. A síndrome envolve sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultantes de situações de trabalho. Além disso, segundo pesquisa da Internacional Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), 72% dos brasileiros estão estressados no emprego. 

Organização e gestão

Uma das explicações deste aumento é o fato de existirem companhias que não sabem lidar com a quantidade de tarefas e funcionários que possuem, principalmente em um cenário de alta concorrência e com tecnologias que surgem a todo momento. Isso resulta no sobrecarregamento de funcionários ou grande estresse por parte destes. 

Sendo assim, é necessário que empresas estejam sempre atentas nas estruturas dos setores e no papel de cada pessoa dentro da companhia. Muitas vezes, a contratação de mais funcionários nos times ou melhor divisão de tarefas, evita que profissionais adoeçam e que tenham baixo rendimento. Mesmo que um colaborador não chegue a ficar doente, este pode se sentir insatisfeito e ser pouco produtivo ou até abandonar aquele emprego.

Outro ponto importante a ser destacado é a quantidade de líderes não preparados que existem nas empresas. Lideranças fracas criam times infelizes e estressados, o que gera ambientes tóxicos e pouca produtividade. Uma pesquisa da multinacional EDC Group, mostra que mais da metade dos brasileiros (57%) no mercado de trabalho relata ter uma relação difícil ou tóxica com gestores.

É por isso que a área de recursos humanos das empresas possui um papel fundamental no fornecimento de insights importantes para a alta liderança, ajudando esta em tomada de decisões assertivas. Os profissionais de gestão de pessoas precisam criar um canal aberto com colaboradores para que estes relatem acontecimentos e problemas e, assim, soluções sejam pensadas. Os especialistas também devem estimular a realização de treinamentos de líderes, inclusive, antes mesmo de estes se tornarem chefes. 

Cultura da corporação

A cultura organizacional é uma das bases de uma corporação e desta maneira, os colaboradores de RH precisam estar de olho em todas as pontas das companhias a fim de contribuírem para a criação e conservação de ambientes saudáveis. Porém, é importante destacar que donos de negócios também precisam dar espaços e ouvir atentamente a área de gestão de pessoas para que companhias tenham sucesso. 

O fato é que cada vez mais a sociedade prioriza bem-estar e felicidade e por isso, ambientes de trabalho precisam garantir que colaboradores estejam satisfeitos para que tenham ótimas ideias, se sintam motivados a fazerem mais e melhor, vistam a camisa de onde trabalham e tenham o sentimento de pertencimento. O resultado é um negócio mais próspero e colaboração para uma sociedade mais feliz e saudável.  

 

Fonte: Giovana Telles Vieira

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Por: Luís Celso News

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