Grécia examina impacto da inclusão da COSCO, proprietária do porto de Pireu, na lista negra dos EUA

Por Jonathan Saul , Yannis Souliotis e Renee Maltezou (Agência Reuters)

Grécia examina impacto da inclusão da COSCO, proprietária do porto de Pireu, na lista negra dos EUA
Photo : Luiz Fernando Nardes (Marinetraffic)
ATENAS/LONDRES, 10 de janeiro (Reuters) - O maior porto da Grécia, o Pireu, está operando normalmente após os Estados Unidos terem colocado seu proprietário majoritário, o maior grupo de transporte marítimo da China, a COSCO, na lista negra esta semana, enquanto o governo grego está examinando seu potencial impacto, disseram fontes à Reuters na sexta-feira.
O Departamento de Defesa dos EUA disse na segunda-feira que adicionou a COSCO Shipping a uma lista de empresas que, segundo ela, trabalham com as forças armadas da China, o que a indústria de transporte vê como uma medida destinada a dissuadir empresas americanas de negociar com a empresa chinesa.

 

A COSCO, um dos maiores grupos de transporte marítimo do mundo, disse na quarta-feira que nenhuma de suas unidades na lista são empresas militares, que suas operações globais continuaram ininterruptas e que esclareceria a questão com as autoridades dos EUA.
A inclusão dos EUA na lista negra não tem o peso de uma sanção legal para o setor comercial, mas alarmou a Grécia, onde o Pireu, um dos maiores portos do Mediterrâneo em termos de movimentação, já sofreu uma queda no comércio como resultado da crise do Mar Vermelho, onde os Houthis do Iêmen têm atacado o transporte comercial.

 

"Não vejo impacto no Pireu, mas ainda é cedo", disse uma autoridade grega com conhecimento do assunto.
A Grécia está monitorando a situação e discutiu a questão com outras contrapartes da UE, disse um segundo funcionário grego. Uma subsidiária da COSCO opera terminais também na Espanha e na Itália.
"Há potencial para 'auto-sanção' por parte dos participantes do mercado por medo de infringir a política dos EUA", disse o analista da Jefferies, Omar Nokta.

 

Ulf Bergman, economista sênior da plataforma de frete Shipfix, disse que, embora a lista negra não envolva nenhuma sanção legal, ela pode servir como um impedimento para muitos importadores.
Um armador grego, que falou sob condição de anonimato, disse que a inclusão na lista negra foi uma jogada de poder entre a China e os EUA, e não uma mudança radical.
O grupo de transporte dinamarquês NORDEN disse à Reuters que a decisão não afetou seus negócios até agora.

 

"Estamos monitorando constantemente os acontecimentos e faremos os ajustes necessários", afirmou.
Em 2019, os EUA impuseram sanções a duas subsidiárias da COSCO, o que levou as empresas de transporte marítimo a suspender brevemente o fretamento de seus navios até que as sanções fossem suspensas.
 
Fonte: Reportagem de Renee Maltezou, Jonathan Saul e Yannis Souliotis. Edição de Jane Merriman (Agência Reuters)
Por: Luís Celso News
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